terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poema do Infinito

O tempo é um sentimento que se nega a uma explicação.
O tempo são flashes que o tempo permite.
Ele, como todas as coisas, são do Deus de Abrahão.
E o primeiro segundo do tempo não foi o primeiro segundo da criação.
A nossa eternidade não nasceu por decreto.
E não foram séculos baldios, na eternidade anterior.
O tempo é uma cópia estilhaçada da eternidade.


O tempo era o verbo e não foi engendrado pelo Espírito.
E o Espírito não foi gerado pelo Pai e pelo Verbo.
E o Pai não é anterior ao verbo e os dois ao Espírito.
A distinção hipostática torna fútil o princípio e a realidade divina.
A geração do Filho, pelo Pai, e a emissão do Espírito pelos dois, esgota de uma só vez o passado, o presente e o futuro.
Não aconteceu no tempo.
Ou o tempo equivaleria à demora.
A limitação da criatura a faz sentir-se presa ao tempo.
E isso é dogma e assim foi promulgada a eternidade na mente vã do homem.
E a insipidez de Plotino, a tolice do entendimento racional participa disso.
Qual é a fórmula química do gelo?
Qual é a formula química do vapor
e qual é a fórmula química da água?
O Sol, os raios e o calor são um só, com funções iguais e distintas.
A eternidade é o fruir imediato, é esse mero segundo que levaste para ler a palavra eternidade.


E essa é a tua última realidade metafísica.
Mas você só entende a matéria das coisas.
Um animal criado na jaula acredita que aquele seu mundo é o Mundo.
Livrar-se dessa prisão é um incidente que não está em seus planos.
E a tua capacidade de raciocinar o leva a buscar entender a eternidade.
Somos desprovidos da consciência do nada, da idéia do fim,
E sem o Espírito tu chegas, ao máximo ao faminto, que, em sonhos, morre de inanição no meio do banquete.
Quando teu tempo te lançar para fora da Terra acordarás para a verdade -
Da morte definitiva, ou da vida, se optaste por ela.
Se decidir por viver, esse amor infinito resgatará a tua alma perdida para idades infinitas.

Joinville (SC), setembro de 2006

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